Vacina portuguesa contra o coronavírus é inalada
A biotecnológica portuguesa Immunethep anunciou que os ensaios não clínicos da sua vacina contra o coronavírus já terminaram e demonstraram “uma elevada segurança e eficácia” numa infecção letal por SARS-CoV-2.
A vacina a ser desenvolvida em Portugal recorre, ao contrário das que já estão a ser comercializadas, à técnica tradicional do vírus atenuado. O SARS-CoV-2 é sujeito várias vezes a um meio que lhe é desfavorável, de forma a ser enfraquecido. Concluído este processo, o vírus é inoculado na pessoa, estimulando-lhe o sistema imunitário sem desenvolver a doença.
Assim, há sempre o reconhecimento do vírus como um todo, o que permite que a vacina dure mais tempo ou que seja bastante mais reduzida a possibilidade de criar essas variantes
~Bruno Santos. co-fundador e director executivo da Immunethep
Nesta vacina, além de ser usada a técnica do vírus adormecido, é também utilizada a dos ácidos nucleicos (ARN e ADN). Esta é uma técnica nova que está também presente na da Pfizer/BioNTech.
Nesta vacina, além de ser usada a técnica do vírus adormecido, é também utilizada a dos ácidos nucleicos (ARN e ADN). Esta é uma técnica nova que está também presente na da Pfizer/BioNTech.
Com isso conseguimos aumentar a capacidade de resposta do nosso organismo para vários vírus e, portanto, reforçar ainda mais aquilo que pode ser a resposta ao SARS-CoV-2
A novidade desta vacina, é que vai ser inalada (num processo semelhante aos dos inaladores para a asma). “Em vez da maneira tradicional, com a agulha, que assusta muita gente”, brinca Bruno Santos. Os investigadores quiseram com isto reforçar as nossas defesas directamente onde o vírus ataca, que é nos pulmões.
A biotecnológica portuguesa sediada em Cantanhede, distrito de Coimbra, realiza ensaios pré-clínicos da sua vacina SIlba (SARS-CoV-2 Inactivated for Lung B and T cell Activation) há vários meses.
Após a infecção com um inóculo letal do vírus verificamos que, comparativamente com ratinhos controlo (que não sobreviveram), os animais vacinados tinham uma sobrevivência de 100% nos animais vacinados com a vacina SIlba, observável logo na primeira semana após a infecção, além disso, não demonstraram quaisquer efeitos adversos após a vacinação
~Bruno Santos
Foram muito positivos e é verdade que só teremos a certeza dos resultados com os ensaios clínicos em humanos, mas dão-nos muita confiança, pois usando um modelo que imita a doença em humanos revelaram que a vacina foi muito eficaz, numa forte indicação de como as coisas vão decorrer em pessoas
~Pedro Madureira, director científico da Immunethep
Segundo a equipa, após terminar os testes com animais, é fundamental avançar para a próxima fase, mas para que isso aconteça é necessário que exista um financiamento do Governo. A empresa diz ter tudo pronto para avançar em Setembro de 2021.
fontes:
Licença CC BY-SA 4.0
Silvia Pinhão Lopes, 1.8.21
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