Fog computing e a IoT
Há cada vez mais dispositivos inteligentes: espelhos, texteis, calçado, mobiliário, wearables, sensores IoT e que estão ligados e a emitir para a rede. Estes dispositivos são cada vez mais rápidos e avançados. Há milhares de milhões destes dispositivos ligados à internet com poder de computação e a gerar uma quantidade de dados massiva.
A maioria destes dispositivos são de recursos limitados. Para superar os desafios colocados pelas capacidades reduzidas e satisfazer as exigências do domínio aplicacional, torna-se evidente a procura por uma camada de computação intermédia. Assim surge o conceito de fog computing, que é uma camada de computação mais próxima da camada de percepção, onde residem os sensores e actuadores, proporcionando os serviços de computação, rede e armazenamento.
A proximidade da camada de fog da camada de percepção proporciona uma série de vantagens sobre a cloud. Uma delas é o seu conhecimento sobre localização. Esse conhecimento advém da distribuição geográfica em larga escala dos dispositivos que compõem a camada fog. Cada gateway de entrada na camada de fog gere um subconjunto de nós na camada de percepção ou de sensores. Estes dispositivos de recursos limitados estão localizados próximo uns dos outros e a gateway que os gere pode facilmente localizar cada dispositivo.
A sua distribuição em larga escala contrasta com a camada de cloud, que, embora distribuída geograficamente, está mais centralizada comparativamente à camada fog.
Os benefícios combinados do conhecimento da localização e a distribuição geográfica de larga escala suportam os requisitos de mobilidade dos dispositivos ou coisas ao nível da percepção. A proximidade entre a camada de fog e os nós proporciona um modo de interacção em tempo real com os sensores e actuadores na camada de percepção. A distribuição geográfica da camada de fog e, subsequentemente, a baixa latência da comunicação, estão entre as características críticas da camada de fog.
Alguns domínios aplicacionais de IoT (saúde, automóveis de condução autónoma) estão muito dependentes desta característica. A difusão das tecnologias de informação segue, com frequência, da dicotomia centralização/distribuição. Depois do impulso nos últimos anos para a adopção das plataformas cloud, neste momento o pêndulo está a virar-se para o limite, o edge. Edge e cloud não competem: complementam-se.
Os dados gerados pelo fog não viajarão até ao centro da cloud para serem processados.
O modelo futuro será híbrido: cloud e edge. Mais uma vez, estamos a assistir a uma alteração de paradigma. A hiperdistribuição obrigará a repensar protocolos, normas, infra-estruturas e papéis.
Relacionado: Ubiquity symposium: the internet of things: Fog computing: distributing data and intelligence for resiliency and scale necessary for IoT, What is the role of Fog Computing in the IOT reference model
fonte: ITInsight
Licença CC BY-SA 4.0
Silvia Pinhão Lopes, 16.1.18
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