Cinco armadilhas do auto-serviço de BI

O auto-serviço de Business Intelligence pode ter vantagens, mas levar a análise e reporte para as unidades de negócio, contornando o TI pode ter consequências imprevistas e onerosas.

Em Novembro de 2016, o relatório “Self-Service BI Market – Global Forecast to 2021”, da Research and Markets, previa que o mercado global de auto-serviço BI deverá duplicar para 7,31 mil milhões de dólares em 2021.

Com o BI self-service, os utilizadores podem aceder aos dados e informação que precisam, quando precisam, sem necessidade de recorrer ao TI, o que pode, muitas vezes, provocar o estrangulamento do BI tradicional. Ao dispensar o TI, o negócio pode capitalizar melhor as oportunidades e reagir rapidamente aos problemas.

Dave Mariani, fundador e CEO da startup AtScale, fornecedor de uma plataforma semântica universal para BI sobre bigdata, acredita que o BI em auto-serviço traz muitas vantagens, mas também identifica várias consequências não intencionais que as organizações que adoptam aquele modelo precisam atentar. Quando era vice-presidente de engenharia para análise de publicidade e, mais tarde vice-presidente de desenvolvimento, dados de utilizador e analítica na Yahoo, Mariani teve de lidar com as várias armadilhas.

Cinco efeitos colaterais que uma estratégia de auto-serviço de BI vai querer evitar:

1. Caos nas métricas de negócio

Passou-se de um modelo centralizado em que havia um controlo apertado das métricas de negócio, para um modelo em que isso está nas mãos das massas e são criado conflitos entre definições
~Dave Mariani (AtScale)

2. Utilizadores de negócio forçados a tornar-se engenheiros de dados

Algumas organizações tentaram dar resposta a este problema ao incluir utilizadores de negócio das unidade de TI ou ao alocar profissionais de TI em determinada unidade de negócio, em que estes actuam como mediadores entre as linhas de negócio e de TI.
~Dave Mariani

3. Segurança de dados sofre

Com as unidades de negócio a deter e gerir os seus próprios "data marts", o negócio, globalmente, perde o controlo sobre a segurança dos seus dados.

A perda de controlo sobre os dados, significa também a perda de segurança
Têm-se TDE [Transparent Data Encryption files] em portáteis, activos centrais de dados podem agora andar através da organização sem forma de se assegurar a sua segurança
~Dave Mariani

4. Auto-serviço não escala

O TI pensa a longo prazo e pensa sobre o futuro mais do que muitas unidades de negócio que estão apenas a tentar resolver um problema
~Dave Mariani

Mas o negócio odeia o modelo centralizado porque não querem esperar e não acreditam que o TI vai conseguir entregar o que eles precisam num prazo aceitável. Na Yahoo levei um mês a acrescentar uma nova dimensão para visualizar os anúncios apresentados. O negócio não pode esperar um mês
~Dave Mariani

5. Incremento do custo de licenciamento

Em ultima instância, o auto-serviço de BI custa, muitas vezes, mais do que a tecnologia centralizada que substitui. Em primeiro lugar, existe o custo da tecnologia. Cada unidade vai precisar comprar licenças para as suas ferramentas preferidas e serão perdidas todas as economias de escala de comprar para toda a organização. Por outro lado, permitir aos utilizadores trabalhar com as suas ferramentas preferidas poderá compensar. Para além do custo da tecnologia há também a custa do trabalho humano.





fonte: Computerworld
Licença CC BY-SA 4.0 Silvia Pinhão Lopes, 16.4.18
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